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Como o Facebook Mudou Minha Vida

Assim como parece difícil acreditar que já foi possível marcar encontros (e tudo dar certo) sem telefones celulares, atualmente é estranho pensar que um dia não tínhamos Facebook. Que há uns dez anos atrás era difícil acompanhar os momentos felizes de um amigo que morava longe, ou que um dia não precisávamos validar todos nossos passos dando check-in ou alterando nosso ‘status’. Sim, pasmem, antigamente bastava casar-se na igreja/cartório/terreiro, já agora isso não vale de nada se não tiver a bênção do facebook. Veja abaixo outras curiosidades incríveis do mundo do Sr. Zuckeberg:

Posso decidir se quero ser amigo de alguém antes de realmente ser.

Funciona assim: vou para um curso/emprego/bairro novo. Logo, surgem os candidatos a amigo trocando contato no FÊICI. Em segundos a amizade evolui para o compartilhamento de vídeos e curtição mútua de fotos. Ôpa, parece que o cara da rua de cima tem dicas infalíveis sobre como ficar rico rápido, já a mocinha da casa ao lado ama vídeos de crianças japonesas prodígio. Assim ficou mais fácil escolher minha companhia para o próximo porre – se eu resolver convidar aquele colega que faz check-in até na fila do super, o resultado da noite é culpa toda minha, não posso dizer que não haviam ali claros sinais de que minhas fotos agarrada ao segurança do bar seriam usadas contra mim.

 

Não tenho que conversar sobre o nada com as pessoas.

Tempo para conversar ao vivo nunca temos, mas seguir os posts um do outro, seguimos. Eis que aquele conhecido a-do-ra deixar o mundo saber de seus movimentos diários, desde a visita matutina ao espelho (quando constatou que era um momento único que merecia uma selfie), até pouco antes de deitar, quando lembrou seus face-amigos que a vida era muito generosa com ele por dar-lhe tantos bens materiais – bens que, claro, examinamos um a um no álbum que mostra desde o momento de decisão de compra, passando por aquisição, transporte para casa e montagem. É o fim dos silêncios constrangedores, pois a próxima vez que eu encontrá-lo no elevador não preciso perguntar sobre o tempo, posso indagar sobre a performance do novo computador (computador, esse, que inclusive o ajudei a escolher através de meus comentários pseudo-informados no seu post).

 

Escolho que conversas não quero ter (e que pessoas preciso isolar por um tempo, ao menos até que o assunto morra).

Sabe quando descobrem que um famoso andou dizendo umas asneiras, ou que tal político é ladrão, ou desmascaram um erro de jornalista, ou se dão conta que o Brasil é um país horrível para se morar? Quando eu era criança, quem tentava me convencer pela repetição era a TV, hoje em dia quem tenta provocar meus sentimentos são as redes sociais. O facebook tenta me engajar em debates que normalmente mostram parte da história, isso quando mostra história alguma (e não lorota). Marqueteiros mundo a fora se deram conta de tudo isso muito antes de mim e usam a revelia a falta de bom-senso nas redes. Basta um Zé ninguém escrever o que quer sobre um assunto polêmico, a coisa é então muitas vezes dita (ou compartilhada, melhor ainda) e acaba virando verdade.

A velocidade da informação é, às vezes, rápida demais.

Há não muito tempo atrás, a informação era recebida através da TV e do jornal impresso. Às vezes poderíamos dar a sorte (ou azar) de presenciar um fato inédito, ou de um amigo ligar contando que viu fulano na rua fazendo o que não devia. Isso era a exceção, a regra era obter informações devidamente filtradas e editadas pelos veículos de informação. Adoro a internet porque posso pesquisar pelo que quiser, na hora que eu quiser e posso então tentar formar minha própria opinião. É ótimo não precisar esperar os donos da opinião decidirem o que eu posso ouvir/assistir. Os celulares com ótimos recursos de câmera e internet ampliaram esta velocidade, a tal ponto que se alguém flagrar algo, vai cair na rede e de lá só sairá abaixo de processos ou protestos. Essa velocidade chegou a um ponto assustador. Fico sabendo de coisas que não sei se quero saber, vulgo “só um lado da história”.

Em tempo: fico tão chocada quanto qualquer ser humano normal quando se descobre alguma afronta à civilidade – corrupção, crimes, violência, unha mal feita; só acho um saco mesmo é quem acha que tem que se ter uma opinião formada sobre tudo e propagá-la nas redes, piormente se ainda não se conhecem todos os fatos.

 

Brasileiro adora um debate.

É só aparecer um assunto polêmico, todo mundo vai compartilhar. Qual é a moral de compartilhar que o Brasil é foda? Eu sei que o Brasil é foda, você sabe. O que vai adiantar esse debate? Resposta: vai aliviar a nossa consciência, pois vamos nos achar “fazendo a nossa parte”. Que parte? Parte faz quem vota, quem educa, quem não faz gato em casa, quem não terceiriza filho. Está muito na moda e virou forma de se mostrar ‘engajado’ falar das podreiras do país. A internet tem bastante canais de notícias para me informar de todos estes assuntos, e o facebook com certeza não é um deles. Há quem diga que quer que todo mundo fique sabendo, que deve-se compartilhar tal e tal ‘vergonha’ para ‘expor’ este partido, ou aquela empresa. Estaríamos, assim, supostamente fazendo a nossa ‘parte’. Sinceramente, quem precisa de facebook para se manter informado, não merece ser informado.

 

O Facebook é muito fodão!

Muitos usam pra dar risada dos outros, muitos usam com objetivos voyeurísticos. Uma coisa todos nós temos em comum: ninguém desativou sua conta ainda.

Adoro ficar sabendo dos meus amigos que moram longe e de suas conquistas, gosto de dividir fotos de lugares em que nunca estive antes. Mas infelizmente, para cada risada que dou de piadas compartilhadas, tenho que conviver com correntes da amizade, convites para Games e esse tal de jornalismo verdade.

by PR TARCISO

by PR TARCISO